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28 abril 2009

Dance Dance Dance, de Haruki Murakami


Na noite de hoje, mais ou menos a uma hora atrás, enquanto os mosquitos do inverno sobrevoavam o abajur aceso da sala-de-estar, eu finalizei a leitura de Dance Dance Dance (Dansu Dansu Dansu, 1988), que é o quarto romance que leio do japonês Haruki Murakami. Ele fora escrito imediatamente após o estrondoso best-seller do autor, Norwegian Wood (1987), e por isso deve possuir um certo ar de responsabilidade que me despertou a atenção.

Sinopse (Estação Liberdade): Um escritor free-lance mergulha cada vez mais fundo num universo onírico, envolvendo-se com um astro de cinema milionário, uma jovem clarividente, um poeta maneta, garotas de programa, policiais ligeiramente sádicos, uma recepcionista de hotel neurótica, entre outros, estabelecendo uma rede de ligações cujo epicentro encontram-se casos de morte aos quais todos estão ligados.

Antes de começar a leitura de Dance Dance Dance, eu andei pesquisando pela internet o que algumas pessoas acharam do livro. Pesquisei muitas resenhas e por isso visitei diversos blogs. Apesar de ter visto neles alguns elogios aqui e ali, li também muitas críticas negativas. Estas, em maior número e grau. Não entendi isso muito bem, porque, apesar de admitir ter ficado um pouco receoso nas primeiras páginas, eu acabei achando o livro genial. Mas, logicamente, gosto é gosto, e esse é apenas o meu. Não condeno a opinião de nenhuma outra pessoa. Como diria o próprio Murakami: "Não há equívocos neste mundo. Existem apenas diferentes modos de pensar".

Bem, vamos lá. Dance Dance Dance é a seqüência que o autor deu ao seu antigo livro Caçando Carneiros (1982), sem que necessariamente ele precisasse de uma. De qualquer forma, é bom deixar esclarecido que a história daquele não tem nada a ver com a deste - são duas tramas completamente distintas. A única coisa que se repete são algumas personagens, e qualquer situação do primeiro livro é mencionada no segundo com a conveniente explicação e contextualização do autor, com o intuito de que ninguém se perca; e de modo que, resumindo, não seja preciso ler um para entender o outro. No mais, considero que isso seja necessário, sim, para que o leitor sinta a atmosfera do Caçando Carneiros antes do Dance. Julgo isso necessário para se entrar no clima e gostar da história.

O que me chamou a atenção nesse livro foi a absurda quantidade de reflexões que o protagonista da história vivencia. Gostei disso. Mais do que em qualquer outro romance do autor, eu suponho, em Dance Dance Dance há uma grande avalanche de metáforas e contemplações profundas, além das habituais marcas ocidentais inseridas em meio ao mundo oriental que tem de tudo, menos de oriental. Nesse livro quase tudo é dito e explicado de forma metafórica; há uma comparação para cada frase. "Seus olhos me lembravam as luzes de verão. Aquelas luzes de verão que entram na água, sofrem difração e se dispersam".

Bem, existe uma infinidade de trechos longos que eu poderia citar aqui no final, mas resolvi colocar uma pequena passagem relativamente simples que achei muito interessante.

- Basta aguçar os ouvidos para ouvir a voz daqueles que estão buscando alguma coisa. Se aguçarmos os olhos, enxergaremos a silhueta daquilo que está sendo procurado.

Abraços, e me desculpem pelo post muito mal escrito.

Um comentário:

  1. Muito bem colocado, Marlo, acho que sua resenha seria capaz de atrair até mesmo os que leram e não foram capazes de gostar tanto de Dance Dance Dance na primeira vez, fazendo-os ter de cair numa segunda leitura. ^^

    Não lembro direito de onde vem esta passagem que você transcreveu, no entanto, me faz lembrar uma música de um canto japonês bem interessante chamado Akeboshi, você o conhece? Se quiser posso passar algumas canções dele; é que, sabe, sempre o liguei ao Murakami, mesmo sem existir uma ligação entre eles.
    Então, obrigada e até a próxima ^^

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